07 outubro, 2007

Sem querer


Distraídos que se olharam
Não sentiram
Mas deixaram no rastro, um cheiro doce
E um ar de contemplação
No rosto de olhos rasos.

Distraídos que tocaram
Além dos corpos
Marcaram a fogo a pele morena
E com traços de anjos caídos
Pintaram poesia sobre a razão.

Distraídos que se ataram
Sem maldade
Como quem nasce do outro
Do mesmo sangue e carne
De iguais sinais no universo.

Distraídos, coitados, distraídos
Entregaram
Até o que não lhes pertencia
O rumo, a paz, o tino
E uma desconhecida verdade.

7 comentários:

Antonio Ximenes disse...

Mack.

Muito legal.
A distração nos protege... o acaso nos protege... como um campo de força que está conosco o tempo todo.

Não percebemos a distância que percorremos e nem as pessoas que afetamos... por simplesmente existir.

Beijo Morena Linda.

Germana Accioly disse...

Mack, poesia abstrata na pele concreta....
lindo, muito sensível mesmo. Mas quem tem esta narrativa está mesmo é atento.
beijo.

Anônimo disse...

Lindo demais.
Adorei.

Mack disse...

P.S.1 - Gê, tô atenta, mas foi sem querer...

P.S. 2- Cris, você tem um blog?
Deixa aqui teu endereço e volte sempre.

Beijos.

Antonio Ximenes disse...

Por que que não teve (P.S. 3).

Quê queu fiz ?!?!?

Mack disse...

Nossa, Ximenes, quanto drama... Você não fez nada, querido. Sua presença é sempre MUITO bem vinda, mas é que, por concordar com o comentário, não tinha nenhuma observação sobre ele.

De qualquer forma.

P.S.3 - Um beijo para você!

Antonio Ximenes disse...

AAAHHHH Boooommmm !!!

Agora tô satisfeito.
Esse meu lado "Tragédia Grega" eventualmente aflora... rs