17 fevereiro, 2009

Começou

Foto: Fundarpe




Nem sei há quanto tempo minha vida é dividida em antes e depois do carnaval. É a festa que abre o meu ano, a hora de recarregar as baterias.
Meu reveillon é em fevereiro, e começa na prévia dos Amantes de Glória, depois não quer mais parar.
O corpo fica com sede de frevo, de multidão, de abraços. O pensamento deixa o trabalho de lado e se perde em desenhar fantasias, pensar em adereços, reciclar o guarda-roupa pra deixar tudo mais colorido.
Esse ano o carnaval estava demorando a chegar. Deixei passar as festas, fui fingindo que ainda não era ano novo, mas domingo não deu!
Na programação, a Velha Guarda da Mangueira e Arlindo Cruz, no Fortim, em Olinda. Minha alma se preparou. Riva quis dormir... Cansado demais... Eu só queria sambar.
Numa decisão dificílima, chamei o táxi e me misturei sozinha aos poucos foliões que ainda resistiram ao desfile das Virgens. Era sete da noite.
Claro que encontrei mil amigos e acabei indo bater no camarote. A noite foi linda! Sambas, rostos conhecidos, novos sorrisos, a alma em festa, a saia rodando no vento, os cabelos pulando mais que os pés!
Era eu, a cerveja e um palco iluminado em verde e rosa. Me bastou. Estava inteira.
No carnaval, o pouco já faz feliz, não precisamos de muita coisa. A música emociona, o calor arrepia. E essa é uma magia que só quem o vive é capaz de entender.

Esse texto é para Gê, que esse ano não vai pintar a cara no carnaval.