21 agosto, 2007

Tempo, tempo, tempo...


Desde pequena tenho a sensação de que não vou longe, que a vida para mim termina por volta dos trinta. Isso não me assusta, entristece ou enfraquece. Na verdade, isso não muda nada. É só uma sensação besta, como tantas outras e que, no máximo, me impulsiona a ser mais feliz hoje, porque amanha é distante demais e pode não dar tempo.

E se tem uma coisa que eu gosto nessa vida é do meu tempo. Por isso, não o gasto com nada profundo ou sério demais. Uso para ficar bem e ponto. Para batucar, ouvir as músicas que me fazem viajar, ler textos mansos e caminhar por essa cidade ensolarada. Gosto de parar para paquerar e conversar com quem puder: crianças, velhos, bichos - gente adulta e adolescentes me cansam. Prefiro a despretensão dos velhos, a verdade dos bichos e a coragem das crianças. Prefiro mesmo colher isso tudo em cada um deles e voltar pra casa feliz.

São esses encontros diários que fazem do meu tempo algo muito bom. E foi assim que passei esses 29 anos. Nunca quis ser a melhor jornalista, nem a mais gata do curso, nem a mais popular ou engraçada. Eu sempre quis apenas ser.

Não pensei que chegaria a tanto, nem que a vida estaria com esse molde quando beirasse os trinta! Mas aqui estou. Quase balzaquiana e ainda tão menina. Tão madura e tola. Tão ciente e perdida. Mas feliz, como sempre. Por isso, quero comemorar os 29 como quem comemora o primeiro e o último ano de uma vida, como sempre faço no dia 21 de agosto.

Quero abraçar meus amigos, ouvir a voz deles, lembrar de todos, até dos que moram mais longe e não vão sequer poder telefonar. Quero comer bolo de chocolate, assoprar velas, fazer pedidos para o futuro. Quero sambar em Casa Amarela, beber um pouco e cantar ao lado de Riva (tudo que mais sonhei nos últimos aniversários). Quero brindar meus 29 anos sem medo de não chegar aos 30, mas se chegar, quero tudo de novo!

3 comentários:

Dante Accioly disse...

Panabéns! Muitos sambas de presente!

Germana Accioly disse...

mack, tu é o sol. e isso é bom demais! parabéns.

Princess Deluxxe disse...

Lindona, q bom saber da sua serenidade, da sua vontade de vida!! queria viver assim, num tempo assim. mas sou desorganizada demais com o q sinto. nunca sei o q sinto. talvez por sentir coisas demais. tenho q voltar aqui mais vezes. foi lindo ler sobre o doutor da alegria!
bjossssssss