04 março, 2008

A habilitação - parte I

O dia começou mais cedo que os de costume. Acordei às seis horas, tomei café com Riva, levamos as crianças ao colégio, demos um pulo na auto-escola para pegar minha requisição e pouco depois das oito horas já estava no Detran para fazer o tão esperado exame teórico.

Desde que acabou o carnaval substitui a literatura pela leitura diária do Código de Trânsito Brasileiro (até meu novo exemplar de Gabriel Garcia Marques voltou à prateleira). Nas últimas semanas, me senti uma adolescente às vésperas do vestibular. Cheguei a recusar convites para farras, com um argumento incontestável: “Tô estudando para a prova do Detran”. As amigas balançavam a cabeça e sorriam irônicas: “Só você perde tempo estudando isso, Maxandra”. É, só eu, mas em compensação, quem tiver qualquer dúvida sobre direitos e deveres do condutor, pode me perguntar.

Estudei tudo: placas, penalidades, multas, direção defensiva, mecânica, primeiros socorros. Li, reli, fiz e refiz os questionários, desenhei possibilidades, anotei cada palavra do professor. Mesmo assim não pude evitar passar quase todo o tempo da fila de espera revisando a apostila.

Três horas de fila chega a ser uma crueldade, mas acabei tendo tempo de sobra para estudar e pensar na vida. Foi quando percebi que, de repente, o Universo planejou uma conspiração para me fazer sair do lugar.

Sou tranqüila e demente em excesso. Não tenho grandes ambições, nem costumo vislumbrar mudanças. Talvez por isso o destino precise dar um empurrãozinho de vez em quando. Então, me joga nas mãos mil oportunidades, todas ao mesmo tempo, para testar meu poder de lidar com elas. Novos rumos profissionais, possibilidade de equilibrar as finanças e até de conseguir a tão protelada carteira de motorista.

Tudo remexendo em minha cabeça, uma coisa esbarrando na outra meio sem direção, e eu tentando clarear as idéias, separar as novidades em montinhos e descobrir por onde começo. Até que chamaram meu número: 001 (a numeração virou porque mil pessoas foram atendidas antes de mim).

Entrei na sala e encarei o computador com o espírito preparado. Ensaiei uma tremedeira, mas respirei fundo e não fiquei nervosa! As respostas brotavam ao final de cada questão e em 12 minutos terminei e prova e li o veredicto: 29 pontos – APROVADA!

Fim da primeira etapa. Ah, essa foi fácil! Difícil mesmo vai ser achar um fusca pra chamar de meu...

8 comentários:

Leonardo Werneck disse...

sabe o que eu acho?

Acho que se todos os motoristas tivessem tanta preocupação assim antes de tirar a abilitação teriamos mais responsbilidade e respeito no trânsito.

Isso mostra que você não será mais uma motorista e sim A motorista.

mas cá pra nós... Fusca, mesmo?
rs

beijos

Germana Accioly disse...

vc tá aprovada pra conduzir sua vida!

beijo muito grande

te adoro

Mack disse...

Poxa, Léo... Não é só você, mas meu sonhado fusca nunca foi tão criticado! e olhe que ele ainda nem é meu!

Diante de tantas observações, confesso que estou repensando o caso.

Gê... Saudade...

Dante Accioly disse...

Mack,
Pegue seu fusca e venha visitar os amigos aqui no Planalto Central!!!!!

lena disse...

EI MENININHA, VOCE AGORA É MOTORISTA NEM LIGUE BREVE VOCE ESTARÁ MOTORIZADA. E NÃO TEM NADA SE FOR UM FUSCA. O MEU PRIMEIRO FOI UMA FUSCA E FIQUEI TÃO FELIZ PORQUE SOLTEI AS AMARRAS...
XERU
TE AMO
A VÓ DE BENTINHO.

Mack disse...

Dante, não sei se vou de fusca, mas qq dia desses chego por aí.

Lena, minha linda!!!! Tô tão ausente, né? Que bom que vc veio por aqui. Ao menos assim, fica sabendo de mim... Vou em Arcoverde na Semana Santa, viu? Se Deus quiser.

Beijo para os dois.

Leonardo Werneck disse...

Parabéns pelo seu dia!

Leonardo Werneck disse...

Parabéns pelo seu dia!