Foto: mainha
Boas surpresas me trazem os sentidos.
Olfato, visão, paladar me levam aos melhores recantos da memória.
O reencontro com a foto de uma menina levada fazendo travessuras com a prima na cozinha da avó.
O perfume usado na adolescência e ganho de presente aos 30 anos.
A reedição de uma saia balonê usada duas décadas depois, mostrando as mudanças no contorno da menina, agora mulherão.
Hoje tive um desses encontros inesperados num self service.
Lá estava ela, tímida entre tantas outras travessas mais vistosas.
A quiabada da minha infância.
Um prato raro lá em casa, só feito em dias especiais, quando minha avó queria agradar ao filho.
A panela de alumínio amassada nas bordas, carregada com risco por um velho cabo preto, era o primeiro sinal de que o almoço teria um cheiro diferente.
Sim. Só o cheiro. Porque a iguaria não era pra qualquer bico. Os netos de Dona Carmelita nem sonhavam em provar a “quiabada de Inaldo”.
Voinha preparava só um pouco, o suficiente para matar a fome do primogênito. Ela e mainha até arriscavam salpicar um pouco do molho por cima do feijão. Nós, jamais!
Hoje, olhando a travessa no restaurante, lembrei de meu tio que já não almoça mais conosco. De suas infinitas passadas pela beira do fogão para beliscar a comida ainda na panela. De como sentava, numa pose só dele, sozinho à mesa (mais um cuidado de minha avó, para garantir que o almoço de seu amado não seria perturbado pelas crianças).
Depois que ele se foi, lá em casa não se fez mais quiabada, nem dobradinha, nem nada que nos levasse à saudade.
Por isso, parei em frente à travessa sem saber se deveria ou não comer. O prato era dele. Mas resolvi me dar o direito de matar a curiosidade e conhecer o gosto de algo tão importante.
Com a quiabada no prato, misturada ao molho do feijão, almocei hoje ao lado de tio Inaldo. Dividi com ele um sabor novo: de uma saudade que nunca vai acabar.
Olfato, visão, paladar me levam aos melhores recantos da memória.
O reencontro com a foto de uma menina levada fazendo travessuras com a prima na cozinha da avó.
O perfume usado na adolescência e ganho de presente aos 30 anos.
A reedição de uma saia balonê usada duas décadas depois, mostrando as mudanças no contorno da menina, agora mulherão.
Hoje tive um desses encontros inesperados num self service.
Lá estava ela, tímida entre tantas outras travessas mais vistosas.
A quiabada da minha infância.
Um prato raro lá em casa, só feito em dias especiais, quando minha avó queria agradar ao filho.
A panela de alumínio amassada nas bordas, carregada com risco por um velho cabo preto, era o primeiro sinal de que o almoço teria um cheiro diferente.
Sim. Só o cheiro. Porque a iguaria não era pra qualquer bico. Os netos de Dona Carmelita nem sonhavam em provar a “quiabada de Inaldo”.
Voinha preparava só um pouco, o suficiente para matar a fome do primogênito. Ela e mainha até arriscavam salpicar um pouco do molho por cima do feijão. Nós, jamais!
Hoje, olhando a travessa no restaurante, lembrei de meu tio que já não almoça mais conosco. De suas infinitas passadas pela beira do fogão para beliscar a comida ainda na panela. De como sentava, numa pose só dele, sozinho à mesa (mais um cuidado de minha avó, para garantir que o almoço de seu amado não seria perturbado pelas crianças).
Depois que ele se foi, lá em casa não se fez mais quiabada, nem dobradinha, nem nada que nos levasse à saudade.
Por isso, parei em frente à travessa sem saber se deveria ou não comer. O prato era dele. Mas resolvi me dar o direito de matar a curiosidade e conhecer o gosto de algo tão importante.
Com a quiabada no prato, misturada ao molho do feijão, almocei hoje ao lado de tio Inaldo. Dividi com ele um sabor novo: de uma saudade que nunca vai acabar.
6 comentários:
Adorei a foto (a quanto tempo) e o texto.
Que saudade das nossas férias juntas né?
Fiquei bastante emocionada com o texto.
Parabens pelo texto e obrigada mais uma vez pela lembrança.
Beijão
Vanessa
Tu é danada mesmo, né? Adora fazer agente se emocionar! Amei o texto! Fiquei com um pouco de ciúmes por não estar na foto... mas me senti dentro da cena da narrativa!
Beijos e ...
SAUDADES!!
Passado presente sempre. Somos assim, fazer o quê? Acabei de postar um texto sobre meus álbuns de figurinha da infância. Mackita, tu é uma menina linda. E mestre nas palavras. Adorei a história de hoje.
lindo, lindo, lindo!
a saudade move a vida da gente. esta saudade boa, cheinha de memórias......
tu é fera mesmo!
Oxi, na metade do texto já estava em prantos, quase não conseguia terminar de ler...
É sempre assim!!!
Uma saudade tamanha, dessas férias, desse "pai", do cheiro da quiabada, ou de ajudar a cortar o miudo da dobradinha...que falta eu sinto...
Te amo sempre!
Xêros
Eita como tu é especial mulher!!
Que dom maravilhoso tu tens!!
Amoooooooo ler teus textos e amo tu mais ainda lindona!!!
Um abraço bem apertado pra tu!!
Espero que a gente consiga ir almoçar juntas amanhã!!
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