25 setembro, 2007

Outono


Ela não se move.
E se não o faz é por, simplesmente,
Não saber onde está
Nem para onde ir.
Jogada, folha seca,
Vaga no ritmo do vento.
Tempo parado é inércia de espírito
E o dela está quieto.

Mas o corpo frágil ainda sonha
Em, qualquer dia desses,
Acordar diferente.
Virar bicho faminto
Com desejos e necessidades de bicho
Sair em busca do alimento, do abrigo.
Da alegria, do risco.

Nascer folha é não saber
Existir sem pensar no amanhã
Sem emoção, sem planos, covarde.
Ser folha é como não ser viva.
Por isso, inveja os bichos.
E sonha em criar pés ou asas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi gatchinha!
Vim conhecer teu espaço! Muito franca? LUXO! Ja pedi um champagne, to a vontade!

Ai q texto phynno! Eu não sou folha, nasci bicho, mas de vez em quando como o meu nome já diz, bate uma Inércia né?

Mas aí eu subo no salto Prada, coloco meus oclinhos da Gucci pra esconder a olheira e sigo phynna!

Muito franca?
SER BICHO RULES!

Antonio Ximenes disse...

Mack.

Tenho meus momentos de folha.

Tenho meus momentos de bicho.

Lindo teu texto.
Íntimo e forte em significado.

Continue nos brindando com teus textos.

Beijo carinhoso.

Germana Accioly disse...

mack, quanta poesia!
quanta verdade, hein?
eu sou um bicho folhagem.
nem sei bem o que sou. até o fim, devo descobrir.
beijo muito muito grande.