Das coisas que amo na vida, poucas me garantem um bom futuro. Ir à praia e ao cinema; viajar; sambar até de madrugada; comer muito chocolate.
Ficar em casa também é um presente. Lá posso colorir minhas caixinhas; assistir aos filmes do lado de Riva até perceber que ele dormiu e que eu tenho que arrastá-lo ao quarto; ouvi-lo tocar violão; ler descompromissadamente, pelo mero prazer de descobrir novos lugares no universo; fazer música em dupla; fazer amor, dormir.
A questão é que os prazeres não dão dinheiro (ao menos para mim). E se eu quiser uma vida boa de verdade, talvez deva mudar os hábitos. Fazer como minhas amigas e devorar apostilas de concurso. Criar algum projeto incrível. Estudar para um mestrado ou quaisquer dessas coisas grandiosas, que dão orgulho de se contar.
Essa semana arrisquei, abri mão das coisas boas para estudar e fiz meu primeiro concurso para jornalista. O resultado foi bem pior do que imaginava. Tudo bem... Não dava pra conseguir de primeira.
De qualquer forma, resolvi investir. Pra mim o futuro está sempre tão distante... Não dá nem pra considerar, mas, por algum motivo, estou pensando diferente agora. Sei nem por onde começar a mudança. Abandonar hábitos gostosos pela obrigação de cuidar de um amanhã incerto até no fato de existir.
Talvez seja essa a lição que deva tirar da fase que estou vivendo. É hora de proteger meu futuro. Olhar para frente com mais cuidado e responsabilidade, decididamente, não vai ser simples. Por isso, espero ter paciência, obstinação e, se possível, um tempinho extra para os pequenos prazeres.