17 janeiro, 2007

Renascer


Foto: Riva Spinelli


O ano não foi fácil.

Sim. Essa parte todo mundo já sabe. Ouvi até falar – não sei se por mero consolo – que não foi fácil para um monte de gente. “O pior ano da minha vida”, alguns disseram. Eu concordo. Claro que aos 28 não tenho lá uma grande referência de vida, mas que esse foi o pior... isso foi!

Enfim. O importante é que acabou!

Pra mim, 2006 pareceu despedir-se desde dezembro. Assim que senti o calor daquela energia boa vinda do nascimento de Cristo, minhas dores do ano foram passando. O pé ainda estava quebrado, a tensão de ficar ou não no emprego ainda me fazia pensar em ir embora do Recife, a mágoa ainda tirava o sono, as recordações causavam pontadas no final da espinha. E mesmo assim, alguma parte de mim insistia em ser melhor, em fazer melhor! Melhor que qualquer feito do ano, que qualquer sentimento.

Foi aí que pensei sobre o perdão.

“Uma ação sublime, que nos coloca aos pés de Deus”, me disse hoje uma amiga. Esse perdão estava longe de fazer bem ao “ser” perdoado, mas tinha o poder de me salvar! Salvar minha alma, meu corpo e, principalmente, o resto dos meus dias. Por meses e meses nem consegui respirar de tanta mágoa. Mas no dia que resolvi encará-la sem medo, descobri que ela era mesmo filha do amor. Um amor tão sincero e intenso, que não me deixava motivos para ser triste. Então perdoei. Perdoei a mim, por ter me permitido morrer um pouco. Perdoei a “ele”, que tem tanta sede de viver.

Só não sei se as pessoas vão me perdoar...

Por isso foi tão difícil dizer onde e com quem queria estar na virada do ano. Uma decisão tão simples e tão complexa! Racionalmente, deveria ficar ao lado de minhas amigas e de minha mãe, incansáveis nos momentos em que eu mesma já não tinha mais força. Mas eu sou feita de emoção e o amor fala mais alto. Sabia bem qual o único lugar onde estaria feliz no Reveillon.

E é para lá que fui!

Foi para ele que dei meu último olhar de 2006 e o primeiro de 2007. Os últimos beijos, gozo e desejo de “amor e verdade”, e os primeiros de um novo ano. Ao seu lado comtemplei as últimas estrelas de um ano escuro, e o primeiro nascer do sol de uma fase de esperanças. Comecei o ano assim, feliz! Mas, sobretudo, leve.


Me leve ano. Me leve...

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