29 novembro, 2006

Nostálgica


Às vezes a saudade aperta...
Geralmente, quando a solidão vira a marca registrada do dia.
Meses e meses assim, sem ter com quem dividir histórias, compartilhar planos.
Tarefa difícil para quem nunca esteve sozinha por mais de uma semana.
Agora o silêncio é rotineiro.
A noite é companheira.
E as músicas promovem quase um diálogo.
Todos passam tanto tempo ao meu lado quanto os cadernos e as canetas.
Os olhos pequenos arregalam e apertam conferindo se alguém chegou.
Ninguém!
Não! Não é tão mau assim!
Me suportar sozinha também é me saber um pouco mais auto-suficiente, reflexiva, crítica e, principalmente, exigente com quem pode invadir o meu espaço.
A parte ruim é não ter para quem me dar...
Então vou guardando sorrisos, contos, carinhos, desejos e poemas.
Como quem guarda um presente raro à espera do dono.
Sinto saudade deste “dono”, cuja face, desconheço.
Dos afagos que não recebi, dos beijos que não lhe dei.
Sinto saudade dele e de tudo de bom que sou, quando não sou sozinha.

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