08 novembro, 2006

Coisas do destino...


Essa semana fui forçada a pensar na força do acaso e em todos os elementos capazes de mudar nossa vida em fração de segundos.

Somos resultado de uma sucessão de “ses”, de cada escolha - por mais banal que ela seja - e também da combinação de cada passo dado com passos dos outros sete bilhões de habitantes da terra. A avaliação está matemática demais para uma jornalista, mas não dá pra ser diferente.

Hoje preciso divagar sobre a razão de estar aqui, de castigo em cima de uma cama por dois meses. Serão pelo menos 60 dias sem tocar tambor, pegar ônibus, correr da chuva, sambar na sexta-feira, usar o banheiro do primeiro andar da Toca, descer as escadas para atender ao telefone, lavar a sola do pé direito, tomar banho de mar, ir ao vucu, à auto-escola...

Ah! É coisa demais para abrir mão sem racionalizar um motivo para tudo isso acontecer justamente comigo, exatamente agora, precisamente no meu tornozelo!

Mas como calcular o acaso? Como controlar o destino? Como identificar uma coincidência? Certos acontecimentos estão além do controle humano, por mais atentos que estejamos aos sinais do Universo.

Feitiçaria, olho grande, destino, predestinação, falta de sorte, carma, acaso, coincidência, castigo, osso fraco, teimosia, lerdeza. Sei lá qual foi a razão! Só sei que não interpretei os sinais, e aqui estou!

Deve haver um motivo para eu estar naquele exato lugar quando a onda deu nó de marinheiro com meus dedos e minha canela. “Mas eu nunca vi ninguém quebrar o pé no mar!” É, talvez a probabilidade seja de uma em um milhão. A mesma de um raio cair dentro de um estádio de futebol lotado e atingir a cabeça do vendedor de flau (coitado). É de uma em um milhão, mas como vive repetindo Talita, “quando acontece com a gente é de 100%”.

Eu poderia ter acertado os números da Mega Sena, escolhido a cartela premiada do Pernambuco dá Sorte ou cruzado com Gianechini essa semana, enquanto ele curte a maior dor de cotovelo. Eu poderia ter feito um milhão de coisas no primeiro dia do meu feriadão. Inclusive viajado de moto mundo a fora, se meu novo ex-paquerinha não fosse tão relapso e desatento aos sinais.

Mas nããããão... Eu estava bem ali, no meio daquela onda! Pois é, acontecimentos estranhos são mais comuns do que imaginamos, e são eles que nos fazem refletir os detalhes irrelevantes da nossa vida.

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A verdade é que estou tratando isso como um desejo do Universo de reduzir o meu ritmo. Menos encontros com um cachimblema que vem tirando meu juízo, menos álcool consumido, menos possibilidades de pecar contra a carne... hehehehe E também uma chance de estudar coisas que deixei para traz desde que surtei, há três meses. Um tempo para mim, meus livros, minhas músicas, meus textos, minhas pinturas e, principalmente, para peneirar as pessoas que me amam. Vai ser importante ver quem vai ficar ao lado dessa aleijadinha no ano que vem, quando eu voltar a andar e sambar.

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Quer saber se eu estou p... da vida?

Claro que não! Tão mesmo é adorando ver minha coxa definida de tanto pular feito saci!

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