21 março, 2007

Um quê de sei lá o quê


Sem computador em casa. Sem nem uma casa. Mas em casa...

Sem tempo pra pensar besteiras. Com tempo pra comprar besteiras. Com planos de fazer cada vez mais besteiras!

Descobrindo uma nova jornalista em mim a cada novo dia, a cada tentativa frustrada de fazer uma passagem legal. Sou abusada até no vídeo! Sim! Abusada! E com os olhos pequenos demais, as bochechas grandes demais, o sotaque carregado demais! Ai!!! Mas sentindo que está bem perto de conseguir trabalhar direito nessa tal de televisão.

Trabalhando muito. Amando demais. Bebendo além do prudente. Conquistando sempre.

Hoje disseram que sou o tipo de pessoa que consegue tudo na base do charme. Bem, eu achei que era da persistência, mas se há discordância sobre a questão... Fazer o quê?

"Jovem. Simpática. Risonha. Boazinha. Original. A representação fiel do canto da sereia"

Adorei!

08 março, 2007

Loucura


Dia da Mulher não dá pra passar sem pensar. Mas dessa vez, quis fazer diferente. E pensei em quando me tornei uma mulher. Definitivamente, não foi quando perdi a virgindade. Desde aquele dia, ainda me mantive uma menina por anos... Também não foi quando conheci a dor, nem a felicidade (se é que já as conheço, de fato).

Às vezes acho que me tornei mulher no dia em que resolvi enfrentar a proibição de Fábio e tocar alfaia. Outras vezes, penso que foi no dia em que tomei coragem de sair da casa dele, coloquei todas as minhas coisas num táxi e nem chorei. Pela primeira vez me senti forte, madura, louca o suficiente para ser uma mulher de verdade, com coragem para dirigir minha vida dali em diante.

Hoje sei que sou mulher. E penso que isso exige um pouco de pimenta, outro tanto de insanidade e muita, muita fé. Entre tantos ingredientes, esses talvez sejam o que mais fazem de mim essa mulher, blogueira, apaixonada, incansável!

Ah, o texto abaixo é de Anais Nin, uma escritora francesa, famosa pela publicação de seus diários. Pela semelhança de idéias, garantiu seu lugar no post de hoje.


O ímpeto de crescer e viver intensamente foi tão forte em mim
que não consegui resistir a ele. Enfrentei meus sentimentos.
A vida não é racional; é louca e cheia de mágoa.
Mas não quero viver comigo mesma.

Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos,
Beber um Benedictine ardente.

Quero conhecer pessoas perversas, ser íntimas delas.
Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela.
Eu estava esperando.

Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro.
Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,

Com estímulos sensuais em muitas direcções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,
E entrei em erupção sem avisar.

05 março, 2007

Sob medida


Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer, acertou
Na cabeça

Eu sou sua alma gêmea,
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã,
Eu sou seu incesto
Sou igual a você,
Eu nasci pra você,
Eu não presto,
Eu não presto!

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar,
Sou aquela
Eu sou filha da rua,
Eu sou cria da sua costela

Sou bandida,
Sou solta na vida
E sob medida pros carinhos seus
Meu amigo, se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor que merece
De Chico Buarque - Para nós