22 setembro, 2006

Enfim, em paz


Eu ando assim, feito o mar desta tarde.
Tão constante, tranqüilo e paciente
Que deixa a impressão de estar parado.

As ondas passeiam lentas,
Sem querer ser percebidas
Como quem cansou de demonstrar poder
E agora revelam serenidade em um perfeito balé.

Elas sabem que em algum momento do dia
Um passante mais atento vai olhá-las em calmaria e,
Talvez por isso, ouse tocá-las.
Porque só os aventureiros e loucos enfrentam o mar bravio
E o tempo de aventura acabou.

Como o mar, guardo meus segredos e artimanhas,
Meu sal, meus perigos.
Mas tenho esse jeito manso
Um convite a tempos de paz.

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