29 setembro, 2006

Encourados


Tantas vidas seguem entre a seca, os arbustos, as cores quentes do Sertão.
Entre conversas na porta de casa, cigarros de palha, padroeiros e orações.
Com meninos brincando na terra e homens tirando dela o sustento.
Plantando e torcendo pra chover.
Montando em boi, sangrando e curtindo.

Sobrevivendo da força da fé.

A minha segue por aqui.
Vermelha, da cor da eleição.
Tranqüila, mas com alguns espirros.
Com pouco trabalho, pouco dinheiro e muitos amigos.
Sem uma grande paixão, mas com grandes fantasias.

Sobrevivendo da força da fé.

22 setembro, 2006

Olhos nos olhos


Bem naquele dia, quando eu estava vestida de jeans e camiseta, cabelos presos, sem nenhuma maquiagem e com um chinelo velhinho no pé, ele apareceu.

Poucas vezes esteve por ali. Há meses não o via pelo Recife. Na verdade, fui até Garanhuns à sua procura, e nada! Mas, agora, ele estava lá: lindo, enorme, doce com sempre.

Restava apenas que me visse. Sim, claro! Precisava me ver de novo, saber que estou mais livre que uma brisa de setembro em fim de tarde.

A poesia de Vinícius enebriava a noite mais que o álcool em nossos copos. A flauta ditava o ritmo. A emoção contagiava a todos. Foi então que ele me viu! E viu mesmo!!!!

Depois, os sorrisos diziam mais do que a conversa mole, e os olhos brilhavam...
...com a esperança de poder recomeçar.

"Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar.


Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar"

Tom Jobin

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Tive que usar o poeta. Porque nada mais traduziria o hoje, além de palavras que já foram escritas...

Enfim, em paz


Eu ando assim, feito o mar desta tarde.
Tão constante, tranqüilo e paciente
Que deixa a impressão de estar parado.

As ondas passeiam lentas,
Sem querer ser percebidas
Como quem cansou de demonstrar poder
E agora revelam serenidade em um perfeito balé.

Elas sabem que em algum momento do dia
Um passante mais atento vai olhá-las em calmaria e,
Talvez por isso, ouse tocá-las.
Porque só os aventureiros e loucos enfrentam o mar bravio
E o tempo de aventura acabou.

Como o mar, guardo meus segredos e artimanhas,
Meu sal, meus perigos.
Mas tenho esse jeito manso
Um convite a tempos de paz.

15 setembro, 2006

Lá vai o sol...


De volta pra casa, uma lembrança do fim de tarde.

13 setembro, 2006

Bons sonhos


Árvore

Tranqüilidade de espírito.
Vitória nos negócios.
Realização de um sonho para breve.


Obaaaaaaa!!!!!!!

12 setembro, 2006

A Excelência do Amor


Pra não ficar baixo astral
Nem parecer tão triste
Um pouco dos sorrisos do fim de semana.

A festa começou em Bezerros, mas terminou em Gravatá, na casa da família Moraes. Forró bom, samba melhor ainda, cerveja até dar uma dor, amigos, amigos, amigos! Farra e emoção - muita emoção.

Também, com um sermão desse, não tem como não pensar na vida...
... e no amor!

O amor é paciente
O amor é bondoso
Não é invejoso
Não é arrogante
Nem orgulhoso.

O amor tudo perdoa
Tudo crê
Tudo espera
Tudo suporta.

O amor nunca passará.
Agora três coisas permanecem:
A Fé, a Esperança e o Amor.
Mas a maior delas é o Amor
”.


Para Alessandra e Gerrá, que sejam felizes para sempre!

Amém!

Um tanto só


Penso na vida.
Choro a vida.
Uma vida que não está fácil
Nem feliz
Nem sã.

Uma vida de pensamentos distantes
E angústias vizinhas
Sem paz
Sem companhia
Sem lugar no mundo.

Mas que eu sigo
De olhos vendados
Tateando
Esbarrando
Tropeçando.

Escrevo a vida
Invento histórias
Vivo mentiras
Construo fantasias
E destruo parte da solidão.

Pinto a vida
Apago as lembranças
Borro os desejos
Desvio das verdades
E me deito mais uma noite...
... com a saudade.