Todo dia um desafio: esconder meus demônios em um lugar diferente
Longe de minha vista ou distante de meus desejos
Pra não me deliciar com pecados, nem morrer por eles.
Demônios que mandam eu pular da varanda
Que me fazem temer o poder de uma criança na rua
Que jogam meus restos na mesma rua
Demônios que dão preguiça e confortam no ócio
Que pedem mais uma dose, mais um trago
Demônios fortalecidos em alucinações e angústias
Demônios que maltratam meus desafetos
Demônios que gritam na minha cabeça
E não me deixam dormir até tarde, nem lembrar dos meus sonhos.
Demônios que assassinam anjos
Apagam a luz das risadas
Empestam a mente de vermes e traças
Perseguem, corroem.
Fazem pensar ser partes sujas de mim
E que meu poder de amar é finito; mas o de tudo poder, não.
Mentirosos, insolentes, traiçoeiros, traidores
Vingativos, rancorosos, temidos e temerosos
Fingem ser eu nas horas que esqueço quem sou
Demônios projetados, esperados
Prontos pra me receber e me dominar
Demônios combatidos todo dia.
Demônios vencidos, pelo menos hoje.
06 abril, 2006
03 abril, 2006
Sobre flores e outros nascidos
Esses dias descobri uma coisa engraçada. Eu, que sempre me orgulhei de estudar as "coisas da vida", me dei conta que não sabia como nasce uma flor.
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Nasci em uma família historicamente católica, e acabei sendo responsável por sua grande mudança doutrinária, quando tive a vida salva, ainda bebê, após uma cirurgia espiritual feita pelo Dr. Fritz, incorporado no médico Edson Queiroz. Depois do "milagre", todos lá em casa passaram a acreditar que havia algum mistério envolvendo aquele homem e o universo. Uma criança desenganada pela Igreja, terreiros e, claro, pela Medicina, não poderia ficar bem depois de ter o dedo indicador de um "possuído" enfiado em seu pescoço! Mas eu fiquei! Em duas semanas, me curei de uma ferida que não cicatrizava, e hoje não passa de um tracinho com cara de microintervenção cirúrgica.
Quando cresci e ouvi essa história absurda, resolvi tentar entender como isso poderia acontecer, e fui estudar um pouco mais sobre a vida na Terra e fora dela. Mas nunca fui muito boa em Ciências ou Biologia. Na verdade, eu não entendo NADA sobre o assunto e seria incapaz de dizer até quais são as partes de uma célula. A vida que andei estudando esse anos nunca estava ligada à matéria, só à alma. Talvez por isso tenha me esquecido das flores.
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Quando olhava para elas, pensava que nós sempre precisávamos plantá-las para existirem. Aqueles campos coloridos, cheinhos de rosas, gerânios e flores do campo, certamente, seriam decorrência de um extenso trabalho mecânico e humano, claro!
- Sim, mas e nas matas, como as flores surgiam?
- Bem... Por geração espontânea?
É, definitivamente, eu nunca havia pensado nas flores. Não que eu seja antiromântica. Ao contrário! Sou até demais. Mas vejo no romantismo algo além buquês ou pétalas vermelhas em banheiras.
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Eu jamais me importei com as flores! Uma pena... Talvez tivesse descoberto um pouco antes que elas precisam de outros seres para se reproduzir.
Humanos e animais só precisam de outros humanos e animais para continuarem existindo. Eu estaria aqui com ou sem flores. E Isaltina estaria lá em casa com ou sem abelhas. Mas as flores não estariam em lugar algum sem as abelhas! Porque são elas que ajudam na troca das células reprodutoras entre as flores, tornando possível a geração de uma outra flor.
Meus cabelos crescem sozinhos. Minhas unhas crescem sozinhas. As flores, não. Girassóis e violetas não dão continuidade à espécie apenas sacodindo sementes no chão! E também seria meio impossível todos terem sido plantados pelo homem! Como eu nunca pensei nisso antes?
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Sempre me considerei tão esperta e inteligente, mas acabei esquecendo de olhar os pontos mais simples. As flores... Todo dia lá, olhando pra mim, e eu nunca me perguntei de onde elas teriam vindo!
Que coisa feia!
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